sexta-feira, 17 de março de 2017

Caraminholas constitucionais na cabeça

Admitindo que seja possível igualar um gênero a outro, isto seria anulá-los mutualmente vez que, sendo indistintos, deixam de ser percebidos individualmente. Isso é uma impossibilidade material e lógica, esta última do ponto de vista da dissipação do objeto.

Juridicamente, entretanto, os mecanismos lógicos de "efetivação dos direitos" (em si algo já complicadíssimo de se definir) tem particularidades que especializam e determinam sentidos próprios aos objetivos e objetos definidos em lei. A leitura e compreensão não é facilzinho, não.

Quando se enuncia, e.g, "Constituem objetivos da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre, justa e solidária" (CF, Art. 3º, I) deveria-se antes definir o que é a tal sociedade "livre", "justa" e "solidária". Rapaz, isso dá uma trabalheira que só vendo!

Acredito que a pergunta fundamental dentre tantas outras que podem surgir para este último problema seja: essa sociedade, ela pode existir? E daí decorrer: se é possível, como ela é? Antes ainda poderia-se perguntar: ela já existiu em algum lugar? E por aí vai.

*

Tudo bem. Esta é uma questão complicadíssima, mas tantas outras quanto aquilo de gênero também não o são? Não obstante quando você levanta a bandeira de "igualdade de gênero" ou qualquer outra coisa, o faz tendo examinado a questão profundamente não só pelo seu sentimento de "injustiça", mas sob um crivo mais lógico-racional? Não, né? Sei que não. Não tem problema nisso por hora.

É que nunca lhe foi dado mesmo instrumentos de analisar a questão que não seja por esse "querer melhorar o mundo", método aí difundidíssimo no meio acadêmico.

Sinceramente, a busca por esses instrumentos é o que mais me interessa, e nem tanto o mérito em si de diversas questão que "urgem" no momento. Para se entender a lógica composicional presente em uma partitura, antes deve-se entender o que seja a partitura e para que serve aquilo.

Nesse ínterim escutar as músicas que daquele material podem ser feitas não é senão "ir vivendo e experenciando". Se ainda esse exercício de prática fosse passado para aqueles que tão logo ouvem algo que os agradam "levantam bandeiras", ah, seria mais honesto. Seria um começo guiado de espírito científico. Mas não... Não é assim que ocorre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário