quinta-feira, 8 de junho de 2017

Melhor pra mim

Se eu não consigo fazer o que é melhor pra mim, como é que eu vou fazer o melhor para os outros?

São nesses momentos que começo a pensar qual é a real do egoísmo.

Será que é esse malvadão aí todo mesmo?

Partir para uma resposta depois de chegar num "depende" é osso, mas vamos lá.

O famigerado, depende!

Imagine que você está numa situação onde quer fazer algo por uma coletividade, seja por sua sala de aula, seja por seu município ou pelo o que for!

Só não perca de vista o seguinte detalhe: você irá se prejudicar com isso. Isto é, de alguma forma irá se desgastar bastante, "arrumar para cabeça", ter de lidar com pessoas indesejáveis, etc.

Ainda assim topa? Mesmo assim quer continuar nessa ação!?

Ótimo!

Mas não perca de vista que isso não te faz melhor que ninguém, campeão. E nem dá para esperar reconhecimento por isso. Muito pelo contrário: as pessoas irão caçoar (poxa, eu falei 'caçoar' mesmo? Tô ficando velho) de você, falar mal de você pelas costas, etc, etc, etc.

Se isso NÃO TE AFETA, ótimo champz! Você venceu na vida e eu te admiro.

Não é muito comum que as pessoas tenham esse tipo de atitude.

Mas, como diria o apresentador Marcelo Rezende, "(...)aí eu te pergunto...":

— Essa é a melhor coisa que você pode fazer por aquelas pessoas, para aquela situação?

Pensa aí.

Demora aí um pouco.

Fica refletindo pelo menos uns cinco minutos.


*

Obs: não estou te dizendo para não agir nas diversas situações, mas apenas te convidando a fazer esse exercício imaginativo para ver se, de fato, o que você faria seria a melhor opção.

*


Pensando nisso me veio à cabeça algo bem interessante, que é a página do Facebook "Universidade Capenga". E, antes de mais nada, eu não estou recebendo jabá para falar disso aqui, mas bem que poderia.

Sérgio, o idealizador do outrora ('outrora', putz, tô ficando velho mesmo!) blog há mais ou menos uns dois anos atrás apostou e atirou em cheio criando o Ignição Universitária e particularmente o pacote Operação Salva Semestre, que de tanto sucesso teve a segunda edição (a qual eu adquiri).

Consiste basicamente em um conjunto de palestras em vídeo com dicas, caminhos e métodos bem práticos para aqueles universitários que estão com problemas de concentração, baixa auto estima, se alimentando mal, sem praticar exercícios, ou seja, sendo um universitário brasileiro comum.

Não deveria ser engraçado, não é?

Mas o que esse pacote tem a ver com aquele lance de "sacrificar-se pelos outros" ou algo que o valha?

Bom, aí entra um pedaço da minha história.

Como já contei em outro post, eu tenho um certo histórico de agitador do qual não me orgulho, mas também não me envergonho tanto, pois no meio de tantas mentes paradas eu surgia em alguns lugares como algo destoante ao meio, nunca pelo prazer de "causar", mas simplesmente porque pensava muito diferente do que geralmente estava imposto por ali.

O Sérgio também havia tentado (e até onde eu sei parece que conseguiu) montar o Centro Acadêmico de Engenharia Mecânica, porém logo percebeu que este órgão não era o mais adequado tanto para os problemas que a faculdade dele passava quanto para o momento social.

Afina de contas, as formas de comunicação haviam mudado. O mundo estava em plena Primavera Árabe.

As redes sociais ganhavam uma baita força.

O Universidade Capenga conseguiu aglutinar jovens universitários de todo país trazendo de uma forma bem humorada problemas que eles passam Brasil afora, primeiramente com tirinhas no blog e depois com vídeos no YouTube.

Como muitos dos universitários acabam se mudando para longe das casas dos pais e uma boa parte deles sentem muita falta da família, coisas como essa são um alívio.

Fazer os outros rirem até mesmo, senão principalmente da própria situação sem agredi-los é algo muito raro e o Sérgio fez e faz isso muito bem.

E sabe de uma coisa?

Por mais que agremiações estudantis sejam muito, muito importantes, enxergo numa iniciativa dessas do Sérgio, que tomou proporções gigantescas e abriu muitas portas para ele algo que podia ser feito no alcance dos meios que ele possuía.

Isso me faz lembrar de mim mesmo.

O que será que eu tenho feito que está muito além da minha capacidade?

Será que é por isso que venho falhando em algumas áreas da vida?

Você também se faz esse tipo de pergunta?

Esse artigo termina assim, com uma dúvida, e não com uma conclusão fechada.

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